10 de novembro de 2010

Uma forma rudimentar de fazer geoprocessamento

Com experiência de quinze anos no assunto, Paulo Roberto Fitz avalia os rumos do geoprocessamento no Brasil e a postura dos geógrafos na área Paulo Roberto Fitz.

Paulo Roberto Fitz Grosso modo, eu trabalho com geoprocessamento há 15 anos e nesse período é muito notável um avanço principalmente na parte de hardware e software. Naquela época não existia nada, eram pouquíssimos programas, e hoje temos uma infinidade, tanto de programas pagos quanto livres. Sem falar na facilidade maior dos próprios softwares, que hoje têm uma interatividade maior com o usuário. Antigamente as coisas eram mais difíceis.

Esses tipos de aplicações da tecnologia do geoprocessamento há dez anos eram sonho, pois tecnologicamente não era possível, a gente só imaginava. E está cada vez está crescendo mais.

Paulo Roberto Fitz Quando eu era estudante de geografia, lá na década de 1980, por ter começado antes fazendo engenharia e depois ir fazer geografia, eu via na geografia a possibilidade de trabalhar algumas coisas mais interessantes em termos de aplicabilidade prática. E já se fazia alguma coisa desse tipo, como sobreposição de mapas, de transparências, fotointerpretação. Nada mais é que uma forma rudimentar de fazer geoprocessamento. Essas coisas todas eram trabalhadas em geografia e, a partir disso, se fazia análises, mas não existia a tecnologia, era tudo na base da caneta.

1. Introdução


É sabido que os mapas temáticos servem de instrumento para todas as ciências que necessitam da informação imediata transformada em “imagem instantânea”. Esta imagem é uma representação gráfica e uma linguagem de comunicação visual, que tem como vantagem oferecer uma leitura imediata de uma área de interesse para transmitir uma mensagem a ser comunicada e interpretada. Contudo, para a elaboração de mapas temáticos a cartografia utiliza mapas de base em diferentes ou de mesma escala, tabela de dados e um embasamento teórico.

Em termos de aplicabilidade prática para sala de aula, podemos fazer a sobreposição de mapas em transparências, que é uma forma rudimentar de fazer geoprocessamento. Assim sendo, nos possibilita a refletir sobre a evolução da disparidade a partir da arte e da história, estimula a criatividade dos participantes através do desenho que é entendido como meio essencial de gerar e comunicar ideias.

A proposta desse trabalho é criar camadas em transparências para serem usadas para criar mapas compostos alternativo, expandir o lado criativo duma maneira interessada, efusiva e entusiástica, desenvolver a capacidade critica de análise e conduzir a uma maior compreensão da realidade plural que nos envolve e que é indispensável para formação cidadã.

2. Objetivo geral

Preparar o aluno para compreender a organização espacial da sociedade, que exige o conhecimento de técnicas e instrumentos necessários à representação gráfica dessa organização.

3. Objetivos específicos

1. Construir croquis e mapas temáticos a partir de questões atuais;

2. Identificar nos croquis, mapas, cartas e plantas e os elementos que compõem os mapas temáticos (escala, legenda, título, fonte, autor);

3. Interpretar croquis e mapas temáticos tendo por base os mapas: da mídia, dos Atlas, cartas topográficas, plantas, guias de rua e das novas propostas curriculares;

4. Sobrepor mapas de mesma escala, dos arredores, bairro, cidade, estado, país, continentes regiões; selecionar áreas comuns e proceder à observação, leitura e interpretação dos dados representados, do ponto de vista da Cartografia e da Geografia;

5. Analisar croquis e mapas, partindo de questões presentes no espaço vivido, tendo por base mapas mudos, textos disponíveis em jornais, revistas, livro didático, utilizando ferramentas disponíveis: computador, lápis de cor, borracha, régua, canetinhas, tesoura, cola, retroprojetor, que permitam a todos os envolvidos fazer uma leitura instantânea e imediata da informação geográfica e com maior rapidez;

6. Promover a aplicabilidade prática da cartografia com base nas teorias Cartográficas.

4. Materiais: (para 30 participantes).

Figura 1 – Materiais utilizados nos desenhos dos Mapas.

                                       Fonte: Santos, (2010).

-30 folhas de acetato para retroprojetor.

-30 canetas pretas para retroprojetor com cores diferentes.
- Caixas de lápis de cor.
-1 rolo de fita crepe.

5. Material de apoio:

Retroprojetor
30 mesas individuais ou 5 mesas coletivas.

6. Desenvolvimento

1 – Escolhe-se os Mapas base que serão desenhados nas folhas de transparências
 
 
                                             Figura 5 – Mapa Grupo Lingüístico da África

                     Fonte: http://linguaportuguesabyrogeriomarques.blogspot.com/2008_11_01_archive.html



                                                        Figura 3 – Mapa Climático da África
                                                        Fonte: http://www.tudook.com/guiadoensino/africa.html

2 – Desenham-se os mapas de interesse na folha transparente.

Figura 6 – Desenhando os traçados dos mapas na transparência com caneta para retroprojetor.

         Fonte: Santos, (2010).

Figura 7 – Contornos principais dos Mapas traçados com a caneta para retroprojetor.

                Fonte: Santos, (2010).


                       Figura 8 – Sobreposição dos Mapas traçados com a caneta para retroprojetor.

                       Fonte: Santos, (2010).


Figura 9 – Sobreposição dos Mapas traçados com a caneta para retroprojetor com as imagens dos mapas

Fonte: Santos, (2010).


4 – Desenvolvimento da critica e de análise, conduzindo a uma maior compreensão da realidade.
Referências Bibliográficas

ALMEIDA, RD. Cartografia Escolar (Org.). São Paulo: contexto 2007.
PASSINI, EY. Prática de ensino de geografia e estágio supervisionado.
SIMIELLI, ME. Primeiros Mapas: como entender e construir: Ática, 1995. 4 v.

Site visitadohttp://clubegeo.blogspot.com/2010/08/entrevista-geografia-esta-na-moda.html Acessado em 08/11/2010

8 de novembro de 2010

Características das bandas do satélite LANDSAT 7 ETM+ – APLICAÇÕES

No conjunto das características do satélite Landsat temos a altitude em Km e as resoluções das Imagens deste sensor remoto. Essas resoluções dependerão de características específicas definidas pela própria imagem coletada. Assim, tem-se: Resolução temporal, Resolução espacial, resolução espectral, resolução radiométrica e resolução digital.

 Tabela. caracteristica das bandas que sabelite Landsat.

Tabela 1 – Bandas do Landsat TM, Marituba-PA, obtido em 03 de agosto 2001. As bandas 1 a 5 e 7 têm resolução espacial é de 30x30 m. A banda 6 tem resolução espacial de 120x120m e a banda 8 tem resolução espacial de 15x15m.
Fonte: Elaboração própria.




Todas são muito importantes, contudo, a utilização de imagem com diferentes tipo de resolução dependerá da finalidade do trabalho desenvolvido. Contudo, quando vamos utilizar uma imagem de satélite Landsat, à primeira característica que temos contato é com a resolução espectral: dada pelas bandas espectral suportada pelo equipamento, ou seja, pela capacidade de absorção (números de canais) do sensor utilizado em função do comprimento de onda utilizado pelo mesmo
 
Clique no título e baixe a tabela de aplicações
 
Referência Bibliográfica
 
JENSEN, Jonh R., 1949 - Sensoriamento Remoto do ambiente: uma Perspectiva em recursos terrestre/ em Jonh R. Jensesn; tradução José Carlos Neves Epiphanio (Coordenador) ... [et al.] - São José dos Campos, SP: Parêntese, 2009.

5 de novembro de 2010

Layer Stacking – ENVI 4.5


Neste Tutorial vamos criar uma imagem no formato ENVI com todas as bandas de cada cena escolhendo-se a resolução e a projeção desejada. - Layer Stacking.

Neste tutorial será utilizada, a título de exemplo, uma cena Landsat obtida gratuitamente através do Global Land Cover Facility (http://glcfapp.umiacs.umd.edu/index.shtml, mas os procedimentos aqui descritos podem ser adaptados para qualquer tipo de imagem de sensor óptico disponível.

Normalmente as imagens já vêm georreferenciadas, no sistema UTM de projeção, e datum de referência WGS-84. Contudo, ante de iniciar qualquer procedimento verifique o meta dados para avaliar e identificar os parâmetros de sua imagem como: Datum, Órbita ponto, Projeção e outros.

Baixe Tutorial: Clique no Título

Email: leonardogeopara@gmail.com

Referência Bibliográfica.
ADRIANO, Hantequeste. i9geo.com.br/wordpress. acesso em: 28/07/2010
FITZ, Paulo. Geoprocessamento sem Complicação. São Paulo: Oficina do Texto, 2008;
SADECK, Geotecnologia. Sadeckgeo. (http://geotecnologias.wordpress.com/). acesso em: 29/04/2010
http://www.cprm.gov.br/publique/media/process_digital.pdf - PROCESSAMENTO DIGITAL BÁSICO DE IMAGENS DE SENSORES REMOTOS ÓPTICOS PARA USO EM MAPEAMENTO GEOLÓGICO Programa ENVI@TUTORIAL DISERE/2005 Mônica Mazzini Perrotta DISERE perrotta@sp.cprm.gov.br. Acesso em 30/10/2010

Fusão – ENVI 4.5


Neste Tutorial vamos fazer a fusão de uma imagem Multispectral com Resolução Espectral de 30m com a banda Pancromática 8 de Resolução Espacial de 15m, no ENVI. Com essa operação melhoraremos a resolução espacial da imagem multiespectral que passará a ser 15m.


Características das Bandas do Sensor Landsat ETM+


Neste tutorial será utilizada, a título de exemplo, cenas Landsat obtida gratuitamente através do Global Land Cover Facility (http://glcfapp.umiacs.umd.edu/index.shtml, mas os procedimentos aqui descritos podem ser adaptados para qualquer tipo de imagem de sensor óptico disponível.

Normalmente as imagens já vêm georreferenciadas, no sistema UTM de projeção, e datum de referência WGS-84. Contudo, verifique o metadados como: Datum, Órbita ponto, Projeção e outros. Clique na extensão do Map Info de sua imagem para verificar seu parâmetros.

Baixe Tutorial: Clique no título

Email: leonardogeopara@gmail.com

Referências Bibliográficas
SADECK, Geotecnologia.  (http://geotecnologias.wordpress.com/) acesso em: 29/09/2010
http://processamentodigital.blogspot.com/search/label/ENVI. acesso em 27/09/2010


Aprendendo Cartografia Básica

Plano de aula
Aprendendo Cartografia Básica

O conhecimento da cartografia segundo, Cortesão, 1960 e Duarte, 2002, é uma condição da qual o homem nunca poderá fugir, pois, é uma paixão avassaladora e salutar de conhecer a sua própria história


1 - Eixo temático

Linguagem cartográfica

2 - Tema
Aprendendo cartografia básica.

2 - Objetivo geral.
Oportunizar aos alunos do Curso Técnico em Geodésia e Cartografia do IFPA, aprender a “Linguagem Cartográfica” para interpretar os mapas, através de decodificação da linguagem cartográfica.

3 - Objetivo específico.

 Aplicar conhecimentos básicos para utilização dos mapas, indispensável aos alunos do Curso de Geodésia e Cartografia do IFPA;
 Disponibilizar os principais instrumentos e recursos de navegação, como: Bússolas, GPS, Curvímetro, Escalímetro;
 Utilizar os recursos cartográficos.

4 - Justificativa
A linguagem cartográfica está presente em vários momentos de nosso dia-a-dia: lendo um jornal, assistindo um noticiário na televisão, uma propaganda de um empreendimento imobiliário ou quando procuramos um endereço. Assim, o conhecimento dos mapas e seus objetivos são importantes em função das diversas situações representação do nosso espaço.

5 - Método de ensino – aprendizagem
As aulas teóricas serão expositivas, incluindo o contato com mapas e cartas em diversas escalas. As aulas serão ministradas com apoio de recursos cartográficos oficiais e instrumentos de navegação como bússolas, curvímetro e outros para aproximar os alunos com os principais recursos de navegação.

6 - Lista de competências.

Mapa de competências
Aula Aprendendo a cartografia básica

Conhecimento Habilidade Atitude
-Conceito de cartografia;
-Conceito sobra à diferença entre mapas, carta e plantas;
-Símbolos e signos utilizados para representar uma natureza no mapa, representando situações;
-Relação de proporcionalidade que se estabelece entre o real e representação;
-Habilidade de conceituar a cartografia.
- Habilidade diferenciar mapas, cartas e plantas;
-Habilidade de decodificar os símbolos e signos utilizados nos mapas;
-Habilidade de noção de escala;
-Utilizar os mapas;
-Ler um mapa;
-Domínio das técnicas de representação, da linguagem específica cartográfica;
-Decodificar a linguagem cartográfica;
-Relacional os símbolos e signos utilizados nos mapas com real;

7 - Lista de conteúdos:

Conteúdos conceituais - Conceito sobre cartografia, diferença entre mapas, cartas e plantas, conceitos sobre as projeções e rede geográfica, conceitos sobre escalas e sua relação de proporcionalidade.

Conceitos procedimentos - utilização de um mapa, decodificação da linguagem cartográfica, emprego de noção de escala.

Conteúdos atitudinais - Leitura e utilização de um mapa através da decodificação da linguagem cartográfica.

8 – Materiais a serem utilizados
Livros didáticos;
Mapas, Carta em diversas escalas;
Para as atividades prática: Bússolas, GPS, curvímetro, etc.

9- Duração
4 Aulas de 45 minutos.
10 - Planejamento da forma de avaliação:

Para adquirir conhecimento básico para utilização dos mapas será entregue aos alunos mapas em diversas escalas, para que estes possam desenvolver a interpretação da linguagem cartográfica em sala de aula.

RFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

ALMEIDA, R; PASSINI, E. O espaço geográfico, ensino fundamental e representação. 2ed. SP: Contexto, 1991.
CASTROGIOVANNI, A. A geografia em sala de aula. p. 31 a 47
CEUB/ICPD – Curso de GPS e Cartografia básica. Agosto, 2004.
Discutido Geografia. Revista ano 4 nº 19. Escala Educacional, 2008.
DUARTE, Paulo Araújo – Fundamento de Cartografia. 2. Ed. Florianópolis: Ed da UFSC, 2002.
FERNANDO, Joly. 1917 – A Cartografia. Campinas. 7. Ed. SP: Papirus, 1990.

SITES VISITADOS:
http://www.ibge.com.br/
http://www.frigoletto.com.br/
http://www.geografia.fflch.usp.br/

Aprendendo cartografia básica

Mapas, cartas e plantas.


Geralmente, mapas e cartas são representações gráficas de uma área suficientemente extensa para que a curvatura da Terra não possa ser desprezada. Ou seja, a diferença entre eles é estabelecida em função da escala em que estes mapas foram construídos, pois, cada um deste é uma representação da superfície terrestre com pouca riqueza de detalhes, como é o caso do mapa e conseqüentemente com um número de detalhes bem maior nas plantas.

Contudo, não há uma distinção precisa entre estas palavras, havendo mais uma proposta para defini-las, mas, apresentamos aqui o adotado pelos principais órgãos cartográficos oficiais, saber a FIBGE e a DSG.

1.1 O mapa: é uma representação gráfica em geral numa superfície plana e em determinada escala, com representação de acidentes físicos e culturais da superfície da terra.

Características dos mapas:
- Representação plana;
- Geralmente contém poucos detalhes;
- Área delimitada por acidentes naturais (bacias, planaltos, chapadas, etc).
- Destinado a fins temáticos, culturais ou ilustrativos.
Ex: Mapas do Brasil, mapa da Região Norte, mapas das bacias, mapas dos planaltos, mapas das chapadas, etc.
Figura 1 – Mapa da Região Norte.
Fonte: www.redebrasileira.com/mapas/regioes/norte.asp

1.2 A carta: é uma representação dos aspectos naturais e artificiais da terra, destinada a fins práticos de atividades humanas, permitindo a avaliação de distâncias, direções e a localização plena, geralmente em média ou grande escala, de uma superfície da terra, subdivididas em
 

folhas (cartas) sistemáticas obedecendo a um plano.

Características das cartas:

- Representação plana;
- Desdobramento em folhas articuladas de maneira sistemáticas;
- Destinada à avaliação precisa de direções, distâncias e localizações de pontos, áreas e detalhes.
Ex: cartas do Estado do Pará de 1:1000.000



Figura 2 – Carta cartográfica.

1.3 A planta: entende-se como sendo uma representação aérea pequena, nas quais a curvatura da terra não precisa ser considerada, onde é grande e, portanto, facilita o número e a clareza dos detalhes representados.

Característica da planta:

- Normalmente as plantas são cadastrais ou topográficas;
- Não se utiliza projeção cartográfica em sua confecção.
Ex: Plantas cadastrais ou topográficas.

Figura 3 – Planta da cidade Poço da Panela
Fonte: revistaurbanismo.uchile.cl/CDA/urb_simple/0,1...



2. A leitura de mapas.

Ler mapas significa dominar o sistema de linguagem cartográfica. Não é apenas localizar um elemento cartográfico ou qualquer fenômeno. Os mapas representam partes ou todo o mundo. Com eles podemos enxergar aspectos do mundo que não conseguiríamos ver pela nossa experiência direta.

Segundo Almeida (1991), ler um mapa não é apenas localizar um rio, uma cidade, estrada ou qualquer outro fenômeno. É um processo que começa com a decodificação que envolve algumas etapas metodológicas as quais devem ser respeitadas para que a leitura seja eficaz, ALMEIDA e PASSINI (1991).

São várias a formas metodológicas empregadas para o começo da decodificação dos mapas. Contudo, estabelecemos um processo com quatro momentos, propostos pela professora Rosâgela Doin de Almeida, que servirão de base para uma interpretação, compreensão e leitura eficazes dos mapas.

2.1 Os diferentes momentos com o mapa:

Os 4 momentos servirão de base para uma interpretação, compreensão e leitura eficazes dos mapas. O mapa topográfico de Santo Antônio do Tauá, na escala de 1/100.000,  proporcionará identificar e entender os 4 momentos  de interpretação, compreensão e leitura eficaz do mapa. 
 
Figura 4: Mapa Santo Antônio do Tauá.
Fonte: IBGE, 1981


2.2 Os quatros Momentos com o Mapa.

1º Momento – Compreensão do título e a legenda.
2º Momento – Entendimento das escalas.
3º Momento – Observação atenta do mapa a fim de criar uma setorização para a decodificação /descrição.
4º Momento – Decodificação do mapa.

As informações contidas nos mapas são transmitidas através de uma linguagem que utiliza um sistema de signos (legendas), redução (escala) e Projeção. Ler significa decodificar e, portanto, representar mentalmente sua mensagem (CASTROGIOVANNI, 1998, p.34).

1º Momento:

A leitura de um mapa se inicia na identificação do lugar e do tema representado, que é compreendido pelo título e da legenda ou convenções cartográficas. Segundo (Castrogiovanni, 1998. p34), a compreensão do título é o primeiro passo. Tem-se que saber o espaço representado, seus espaços e limites, suas informações. O Título identificará o espaço representado.


Figura 5 – Título de mapa IBGE
Fonte: IBGE, 1981

A legenda é fundamental, pois irá proporcionar a decodificação, relacionamento os significantes (símbolos) e os significados (mensagem) dos signos representados. É necessário uma leitura atenta dos significantes (símbolos)/significados (mensagem) espalhados no mapa e a reflexão sobre a distribuição e a organização de como são registrados (Castrogiovanni, 1998).

A Legenda também pode ser denominada de convenções cartográficas ou generalizações, mas, sua principal função é nos mostra o que as cores, símbolos, traços ou textura usados no mapa significam e dá outras informações sobre o tema que está representado.

Nos mapas há várias formas de organização de legendas. Os sinais gráficos que devem ser observados são as formas ou generalizações (tipos de desenhos ou traços), as cores (se são diferentes ou são tonalidades da mesma cor) e os tamanhos. Os sinais gráficos podem representar significados diferentes.

Na Legenda dos mapas em gerais existem sinais utilizados para representar Igrejas, Escolas, Campos de emergência e outros elementos. Existem também os elementos lineares como os das rodovias, ferrovias, estradas, os limites Estaduais e etc...

Nesta legenda, as vias de circulação variam nas formas (linhas contínuas, linhas tracejadas) e nas linhas com cores indicando informações diferentes (têm qualidades distintas)

Veja os exemplos a seguir:
Figura 6 – Legendas do mapa.
Fonte: IBGE, 1981.


2º Momento:
A escala é o segundo momento, pois, possibilita o cálculo das distâncias e, portanto, uma série de confrontações e interpretações. Através do conhecimento da escala você aprenderá a relação entre a medida na carta e sua correspondente no terreno.

O globo é uma miniatura da terra. Esta diminuição foi proporcionada pela escala, que indica a redução do real em relação á representação, mapa ou globo. Por exemplo, o globo na escala de 1: 30.000.000 (lê-se um para trinta milhões) é representação da terra trinta milhões vezes menor.

Ou seja, escala é a relação constante que existe entre as distâncias lineares medidas sobre o mapa e as distâncias lineares correspondentes, medidas sobre o terreno, (FERNAND, 1917).

Podemos encontrar mapas em escalas variadas. Quando maiores forem os números encontrados na escala, maior será a redução da Terra e, portanto, menos detalhes são mapeados.
Existem dois tipos de escalas presente em um mapa, a saber:

1. Escala numérica; e
2. Escala gráfica.

1. A escala numérica: é normalmente e expressa por uma fração cujo numerador é a medida no mapa (distância gráfica) e o denominador é a medida correspondente no terreno (distância real).

Ex: olhando um mapa você observa impresso à seguinte fração: 1/50.000 ou 1:50.000. Isso significa que representação do real esta no mapa representado cinqüenta mil vezes menor.

A escala é obtida pela fórmula: E= d /D
Onde:
E = escala
d = distância no mapa ou distância gráfica.

 = distância no terreno ou distância real.

Ex: se quisermos saber a distancia real, em linha reta, entre Rio Branco (Acre) e Cuiabá (Mato Grosso) precisamos:

1. Medir com uma régua comum a distância entre essas capitais: Encontraremos 4 cm.

2. Observar a escala: veremos que cada centímetro neste mapa equivale a 360 km.

3. Multiplicar 4 x 360 Km e obter 1.440 Km, que é a distância, em linha reta, entre Rio Branco e Cuiabá.



2.A escala gráfica: é um ábaco formado por uma linha graduada, dividida em partes iguais, cada uma delas representando a unidade de comprimento escolhida para o terreno ou um dos seus múltiplos.

Segundo Fernand (1917), ela é solidaria com o mapa, ela permite efetuar medidas diretas sem receio de perturbações que o papel poderia sofrer, nem dos aumentos ou reduções que o traçado original poderia suportar.

Este tipo de escala está presente em todos os mapas, nas cartas, graduado a partir de uma marca zero, que indica o valor das distâncias terrestres correspondentes no mapa. Esta graduação normalmente aparece em partes iguais, podendo ainda ter o primeiro intervalo subdividido em valores menores. Este tipo de escala é prático e rápido por possibilitar calcular a distância real diretamente na escala.


Figura 7 : Escala gráfica.
Fonte: Mapa IBGE, 1984

Ex: Na escala gráfica você apenas mede com a régua, com um pedaço de papel ou com um barbante à distância e compara com a escala impressa que esta dividida em partes iguais, geralmente no final da carta.


Essa operação possibilitará o calculo da distância entre os dois pontos selecionados.

Veja os exemplos a seguir:


3º Momento:


Observação atenta do mapa para que se possa entender a linguagem cartográfica, selecionar informações e busca nas generalizações e legendas, a fim de transpor o processo da representação para o espaço real, possibilitando a leitura do mapa.

4º Momento: Decodificação do mapa.

Decodificar é relacionar os significantes (símbolos) e os significados (mensagem) dos signos relacionados na legenda e nem sempre é tarefa fácil, pois, muitas das vezes não são claramente expressos e de difícil mensuração. Portanto, fazer a leitura é procurar refletir sobre distribuição e organização das situações, fatos e dados representados nos mapas.
 
Figura 10 - Relacionamento dos significantes e os significados.
Fonte: Adaptação Leonardo Sousa, (2010)

3. Diferença entre escala grande e escala pequena.

Estabelecer a diferença entre escala grande e escala pequena é determinar se o mapa ou carta mostram maiores ou menores detalhes da área representada.

Estes detalhes representados podem ser:

I. Naturais: elementos existentes na natureza como os rios, mares, lagos, montanhas, serras, etc.
II. Artificiais: elementos criados pelo ser humano como represas, estradas, pontes, etc.

Determinados detalhes, dependendo da escala, não permitem uma redução acentuada na representação, pois, ficariam imperceptíveis. No entanto, por sua importância, devem ser representados nos documentos cartográficos. Portanto a utilização de símbolos cartográficos permite representar de modo expressivo os diversos acidentes do terreno e objetos topográficos em geral.

Assim, o primeiro número é sempre 1 e o segundo número é diferente para cada escala. Quanto maior o

segundo número, menor a escala do mapa e quanto menor o segundo número maior será a escala.

Isso acontece porque quanto menor o segundo número menor é a área e maiores são os detalhe representada no mapa e quanto maior o segundo número maior é a área representada e menores são os detalhes no mapa.

Ex: uma escala de 1/5.000.000 e menor que uma escala de 1/5000, que é maior. Essa diferença e perceptível no detalhe que serão mais representados na carta de 1/5000.

Veja os exemplos a seguir:

Figura 11 – Diferença entre escalas.
Fonte: Elaboração própria.


Material complementar.
Para complementar seus estudos, visite o site:
http://www.ibge.gov.br/home/geociencias/cartografia/manual_nocoes/representacao.html

Referências Bibliográficas
ALMEIDA, Rosângela Doin, PASSINI, Elza Yassuko. O espaço geográfico: ensino e representação. São Paulo: Contexto, 1989.
ALMEIDA, Rosângela Doin. Do desenho ao mapa. Iniciação Cartográfica na Escola. São Paulo: Contexto, 2001.
ALMEIDA, Rosângela Doin. Cartografia Escolar (Org.). São Paulo: contexto 2007.
JOLY, Fernando. A cartografia. Campinas, Papirus, 1990.


Representações Cartográficas

Globo - representação esférica, em escala pequena, dos aspectos naturais e artificiais de uma figura planetária, com finalidade ilustrativa.

Mapa - representação plana, em escala pequena, delimitada por acidentes naturais ou políticos-administrativos, destinada a fins temáticos e culturais.

Cartas - representação plana, em escala média ou grande, com desdobramento em folhas articuladas sistematicamente, com limites de folhas constituídos por linhas convencionais, destinada a avaliação de distância e posições detalhadas.

Planta - tipo particular de carta, com área muito limitada e escala grande, com número de detalhes consequentemente maior.

Mosaiso - conjunto de fotos de determinada área, montadas técnica e artisticamente, como se o todo formasse uma só fotografia. Classifica-se como controlado, obtido apartir de fotografia aéreas submetidas a processos em que a imagem resultante corresponde à imagem tonada na foto, não controlado, preparado com o ajuste de detalhes de fotografia adjacentes, sem controle de termo ou correção de fotografia, sem preocupação com a precisão, ou ainda semicontrolado, montado combinando-se as duas características descritas.

Fotocarta - Mosaico controlado, com tratamento cartográfico.

Ortofotocarta - fotografia resultante da transformação de uma foto original, que é um perspectiva central do terreno, em uma projeção ortogonal sobre um plano.

Ortofotomapa - conjunto de várias ortofotocartas adjacentes de uma determinada região.

Fotoíndice - montagem por superposição das fotografias, geralmente em escala reduzida. É a primeira imagem cartográfica da região. É o insumo necessário para controle de qualidade de aerolevantamentos utilizados na produção de cartas de método fotogramétrico.

Carta Imagem - imagem referênciada a partir de pontos identificáveis com coordenadas conhecidas, superposta por reticulado da projeção

Revista Geografia, Conhecimento Prático, n 23, p 54. ed. Escala