1 de julho de 2011

USO DO PROGRAMA GOOGLE EARTH NA PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO GEOGRÁFICO: um recurso didático para as aulas de geografia.


Trabalho adaptado da Revista Conhecimento Prático GEOGRAFIA. Edção 37.
Por: Leonardo Sousa, Marlison Lopes e Diego

1. Introdução

A Internet surgiu a partir de projetos e pesquisas militares nos períodos áureos da Guerra Fria, pelo departamento de defesa dos Estados Unidos. No Brasil, surgiu em 1988 e ligavam universidades do Brasil a instituições nos Estados Unidos. ALTERNEX, o primeiro serviço brasileiro de Internet não-acadêmica e não-governamental. E só em 1992 foi aberto ao público. Atualmente, uma das formas de comunicação na Internet mais utilizadas pela comunidade escolar é a pesquisa orientada pelo professor, o estudo de softwares e o correio eletrônico, o qual pode ser usado para solucionar dúvidas, fornecer orientações adicionais, etc. São inúmeras possibilidades de ações educativas que poderão ser desenvolvidas através dos mecanismos de busca. Porém, o livro didático continua como um referencial pedagógico ainda bastante usado no processo ensino-aprendizagem (Cavalcante & Biesek, 2009).

Este trabalho intitulado “o uso do programa Google Earth na produção do conhecimento Geográfico: um recurso didático para as aulas de geografia tem a finalidade de divulgar a aplicação do software gratuito Google Earth, através de imagens de satélite, mapas terrenos e edificações em 3D, tornando possível a aprendizagem sobre o globo terrestre.

A partir deste sistema gratuito podem-se destacar lugares, traçar rotas gerar comentários, acrescentar dados sobre o espaço vivido pelos alunos gerando cartografias individuais e coletivas, disponibilizando, fotos, sons e vídeos. Logo, o professor tem uma ferramenta que pode auxilia a aprendizagem mais significativa.


1.1 Objetivos
• Despertar interesse pelo ensino e aprendizagem nas disciplinas de geografia e estudos regionais.
• Propiciar ao educando uma melhor compreensão do espaço geográfico em suas dimensões físicas e sociais.
• Apresentar as possibilidades que o programa Google Earth oferece na produção de material didático para o ensino de geografia e estudos regionais, bem como de utilização desse material.

2. Metodologia
A metodologia desenvolvida neste trabalho partiu de pesquisas sobre recursos que possam orientar e estabelecer procedimentos para o ensino de representações espaciais. Inicialmente empregamos uma revisão bibliográfica das literaturas que apresentam recursos didáticos aplicáveis para o ensino geografia e cartografia, possibilitando ter uma visão panorâmica das principais metodologias e recursos usados para o ensino destas disciplinas.

A proposta inicial é apresentar uma ferramenta tecnológica que possa servir como um recurso valioso e relativamente barato, capaz de aumentar a eficiência das aulas geografia e cartografia e ainda serva como sugestão para desenvolvimento da imaginação fértil dos professores e alunos. Entretanto, nossa preocupação é conseguir fazer uma passagem das informações do saber universitário sem desfigurá-lo e sem desvalorizá-lo, através de uma transposição didática que não vulgarize nem o empobreça, mas, que se apresente como uma construção diferenciada, reconstruída e reorganizada. (Simielli. 2007, p.92)

As ações estão divididas em duas fases. Na primeira fase os alunos são introduzidos ao tema do trabalho e será apresentada a proposta do trabalho. Na segunda fase, no laboratório de informática educativa, os alunos são alfabetizados cartograficamente através dos seguintes temas: mapas, plantas, altimetria, pontos cardeais e colaterais, rosa dos ventos, escalas, coordenadas geográficas (paralelos e meridianos, linhas de latitude e longitude); tipos de mapas mais comuns e legendas. A aula será desenvolvida através do software Google Eart a fim de familiarizar o aluno com o programa, através dos principais ferramentas e recuros disponíveis por programa.

2.1 Primeira fase: Introdução ao tema: introduzidos ao tema do trabalho e será apresentada a proposta do trabalho.

2.2 O que é Google Earth
É um software que oferece meios de exibição de dados geográficos a partir de uma ampla variedade de fontes juntas em um contexto geoespacial. Esses dados incluem imagens do mundo inteiro em diferentes resoluções, com uma grande quantidade de informação visual interpretável.

Neste é possível acrescentar camadas diversas de informações, além de se associar ao Google mapas, que facilita a geração de rotas. A introdução as ferramentas de “navegação” do programa, apresenta os recursos principais da ferramenta como: navegação, marcação de pontos, elaboração de blocos marcadores, captura de imagens, e obtenção de alguma medida básica tais como latitude, longitude, distâncias entre pontos; promover reflexão e troca de idéias entre os professores sobre como aproveitar esse recurso em sua sala de práticas de aula.
Figura 01 – Visualização da pagina inicial do Google Earth.


2.3 Segunda fase: Nesta etapa, os alunos são alfabetizados cartograficamente: para que é usada a cartografia; mapas e plantas; altimetría, pontos cardeais e colaterais, rosa-dos-ventos e bússola; escala; coordenadas geográficas O objetivo consiste em mostrar como são feitos atualmente os mapas, a partir de fotografias aéreas e de imagens de satélites representações do espaço. Apresentação e discussão dos conceitos básicos da cartografia, como base para o desenvolvimento das atividades posteriores. Para familiarizarem-se com o programa as aulas serão desenvolvidas com o uso do Google Earth, mostrando aos alunos os recursos de que mostras os elementos para alfabetizações cartográficas.

Figura 02 – Visualização dos principais recursos e ferramentas do Google Earth.

Com Google Earth pode-se visualizar planeta Terra e sua forma esférica. Através da escolha de um lugar específico pode-se aproximar desde a atmosfera em diferentes alturas até a menor a altura obtendo-se maiores detalhes. Pode-se também observar o sistema de projeções cartográficas que é representado por um conjunto de linhas que representa um sistema correspondente de linhas imaginárias de uma superfície de referência terrestre ou celeste.

Figura 03 – Visualização dos paralelos e meridianos.


Essas correspondem a um conjunto formado por paralelos e meridianos, ou seja, pelas linhas de referência que cobre o globo terrestre com a finalidade de permitir a localização precisa de qualquer ponto sobre sua superfície bem como orientar a confecção de mapas, DUARTE (2002). O aluno pode observar o cruzamento dessas linhas sobre a superfície terrestre e entender que as linhas dispostas no sentido norte-sul (vertical) recebem o nome de meridiano, enquanto que aquelas dispostas no sentido leste-oeste (horizontal) são denominados paralelos, FERNAND (1990).

Figura 04 – Medindo a distância entre dois pontos, traçando uma linha reta ou um caminho. (Cidade de Belém-Pa).


A escala através do programa é um momento que possibilita o cálculo das distâncias e, portanto, uma série de confrontações e interpretações. Através do conhecimento da escala o aluno aprenderá a relação entre a medida na imagem e sua correspondente no terreno.

Figura 06 – Ensinando a definir área para estudos.


As atividades de visualização do território através dos países, cidades principais, mares, lagos, rios, acidentes geográficos, casas e edificações são etapas que pode ser facilmente oferecido pelo professor como forma de promover a discussão dos conceitos básicos da cartografia e geografia, como por exemplo: conurbação, distinção entre área urbana e rural, limites e fronteiras, desmatamentos etc...

Figura 07 – Conhecendo os problemas socioambientais do município, enfocando o uso de ocupação do solo urbano.


Com as imagens do programa pode-se compreender como são produzidos os mapas atuais através das várias tecnologias que tornar possível a criação de mapas com muita precisão e muito rigor em relação a áreas, limites, distâncias, etc. Apresentar as inúmeras tecnologias é chamado de Sensoriamento remoto.

Figura 08 – Produzindo mapas atuais no Google Earth.


Esta cartografia computadorizada é segundo (FERNAND, 1917) ultrapassa a simples representação gráfica automatizada dos fenômenos geográficos. Deve ser considerada como um elo de uma cadeia contínua de operações que, partindo de uma matemática chega á visualização e/ou memorização sob a forma cartográfica dos resultados obtidos. Por sim o aluno pode refletir sobre distribuição e organização das situações, fatos e dados apresentados nas imagens.

2.4 Avaliação
Se daria em todo produção realizada ao longo das seqüências didáticas, como os textos produzidos, os trabalhos realizados em grupos, apresentação de seminários sobre diversos temas, expressão escrita, compreensão dos temas e da leitura e interpretação de mapas, das imagens de satélite, assim como o uso das tecnologias espaciais em diferentes escalas.

3. Resultados esperados.
Espera-se que ao fim do trabalho os professores de geografia reúnam condições para uso mais criativos, lhes permitido propor novas atividades de aula e de pesquisa frente aos seus alunos, desenvolvendo competências na exploração da superfície terrestre com o uso do programa Google Earth.

Assim, é preciso que os profissionais de educação estejam abertos para novos conceitos e as novas formas de ensinar. É preciso sempre buscar novas tecnologias, pois a realidade social tem sido progressivamente invadida pelo uso da informática, cada vez mais presente no cotidiano das escolas, o que tem ajudado o professor a realizar novas atividades diárias.

Os recursos didáticos que aprendem a atenção dos educando tornar as aulas mais dinâmicas menos monótonas, sendo mais um suporte para o educador em sala de aula. Logo, o emprego do Google Earth torna as aulas mais dinâmica e prazerosa, oferecendo aos alunos diversas fontes para o entendimento de determinado assunto como a cartografia.

Bibliografias
ABREU, PR; CARNEIRO, AF. Educação cartográfica na formação do professor de geografia em Pernambuco. Revista Brasileira de Cartografia, Pernambuco, nº58/01 (ISSN 1808 – 0936), Abril. 2006.
ALMEIDA, RD; PASSINI, EY. O espaço geográfico: ensino e representação. São Paulo: Contexto, 1989.
ALMEIDA, RD. Do desenho ao mapa. Iniciação Cartográfica na Escola. São Paulo: Contexto, 2001.
ALMEIDA, RD. Cartografia Escolar (Org.). São Paulo: contexto 2007.
CARLOS, AF. A Geografia na sala de Aula. São Paulo: Contexto, 1999.
FRANCISCHETT, MN. A cartografia no ensino-aprendizagem da geografia: Construindo os Caminhos do Cotidiano. ANAIS do Evento Falam Professor, Curitiba – 18 a 13 de julho de 1990, p. 36.
JOLY, F. A cartografia. Campinas, Papirus, 1990.
MARTINELLI, M. A Sistematização da Cartografia Temática. In: ALMEIDA, Rosângela Doin de. Cartografia Escolar (Org.) São Paulo: contexto 2007, p 159.
PASSINI, EY. Prática de ensino de geografia e estágio supervisionado.

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Representações Cartográficas

Globo - representação esférica, em escala pequena, dos aspectos naturais e artificiais de uma figura planetária, com finalidade ilustrativa.

Mapa - representação plana, em escala pequena, delimitada por acidentes naturais ou políticos-administrativos, destinada a fins temáticos e culturais.

Cartas - representação plana, em escala média ou grande, com desdobramento em folhas articuladas sistematicamente, com limites de folhas constituídos por linhas convencionais, destinada a avaliação de distância e posições detalhadas.

Planta - tipo particular de carta, com área muito limitada e escala grande, com número de detalhes consequentemente maior.

Mosaiso - conjunto de fotos de determinada área, montadas técnica e artisticamente, como se o todo formasse uma só fotografia. Classifica-se como controlado, obtido apartir de fotografia aéreas submetidas a processos em que a imagem resultante corresponde à imagem tonada na foto, não controlado, preparado com o ajuste de detalhes de fotografia adjacentes, sem controle de termo ou correção de fotografia, sem preocupação com a precisão, ou ainda semicontrolado, montado combinando-se as duas características descritas.

Fotocarta - Mosaico controlado, com tratamento cartográfico.

Ortofotocarta - fotografia resultante da transformação de uma foto original, que é um perspectiva central do terreno, em uma projeção ortogonal sobre um plano.

Ortofotomapa - conjunto de várias ortofotocartas adjacentes de uma determinada região.

Fotoíndice - montagem por superposição das fotografias, geralmente em escala reduzida. É a primeira imagem cartográfica da região. É o insumo necessário para controle de qualidade de aerolevantamentos utilizados na produção de cartas de método fotogramétrico.

Carta Imagem - imagem referênciada a partir de pontos identificáveis com coordenadas conhecidas, superposta por reticulado da projeção

Revista Geografia, Conhecimento Prático, n 23, p 54. ed. Escala